21/07/13

Residuais do Blogue "Palavras à Solta" - 3

Ragnarók - O Dia do Fim 

Do alto Salão dos Caídos,
Olhava o Rei dos deuses,
Para as verdes terras
Aos seus pés plantadas.
Felizes os que as habitavam
Por não saberem o que os esperava!

Mas ao Pai dos deuses
Tudo era dado a conhecer –
- Menos os segredos do Universo,
Que só a primeira das rainhas conhecia.

No horizonte,
Negra nuvem se erguia,
Agourenta.

Então,
O Zarolho soube
Que o início do fim
Para Ǻsgard caminhava.

O Traidor vingar-se-ia,
O Lobo as suas cordas iria romper
E a Senhora dos Mortos abandonar,
Para sempre,
O seu reino de sombras e medo.

Das trevas,
Que com eles caminhavam,
O seu número fariam,
Da maldade
Sua vantagem.
E as hordas dos Renegados
Cavalgariam confiantes.

Mas o Pai dos deuses,
O Senhor de Valhalla,
Uma vantagem teria:
Os demónios iriam voltar,
Mas quanto tempo
Iria esse pesadelo durar?
Os deuses sabiam.
Quem mais saberia?

Então,
O Pai dos deuses
As rédeas de Sleiphnir tomou:
A Batalha ia começar
E Ódin, o Zarolho,
O do Cavalo-das-Oito-Patas
Com o seu exército iria cavalgar –
- Para a morte.

Mani, a prateada
Sucumbiu,
A velha Jörmungandr também,
Com ela levando
O Homem do Martelo.

Yggdrasil as folhas perdeu
E em fogo e gelo o mundo pereceu.
As trevas haviam voltado!

E foi assim
Que os deuses morreram,
Os demónios desapareceram,
E a luz
Do firmamento se apagou
E só o Inferno ficou

O Universo,
Tornado um Niflheim
De gelo incandescente,
Tinha de esperar,
Em agonia,
Por uma nova Primavera!
Rodrigo Gonçalves (ex-aluno)

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