26/07/12

Por ocasião do Dia dos Avós...um poema!


Alva Idade

Branca é a luz solar,
Assim como a reluzente
Espuma do indómito mar,
Que, sobre que céu for,
Nunca se cansa de cintilar;

Brancos são os orgulhosos
Cumes das altivas montanhas;
Brancos os campos no Inverno,
Quando a neve macia e carinhosa
Os vem aconchegar de afecto.

De muitas cores se vestem
Os campos para celebrar a Primavera
Mas, de entre todas elas,
É o branco que sobressai
E modera a contenda
Entre o velho rigor frio
E a jovem e cálida mansidão.

Se tantas coisas de virtude
O branco escolheram para se cobrir,
Por que hão-de ser os alvos cabelos
Menosprezados e motejados,
Se é neles que a Sabedoria
Espelhou o próprio rosto,
Que refulge à luz de um dia de sol?
Tomás Vicente (ex-aluno)

13/07/12

A Escrita...no essencial...


"A escrita dá que pensar, é um diabinho irrequieto. Quanto mais nos dava jeito que não nos perturbasse os pensamentos e o lógico curso das coisas (que - idiossincrasias da vida - muito tem de ilógico), mais quer dar-se a conhecer, insinuar-se nos nossos pensamentos...às vezes é uma história que nos chega sussurrada pelo vento e não mais nos abandona, até que a escrevamos, ora um poema que, no coração, luta por sair, por ver o mundo e as suas maravilhas. A escrita é uma ferramenta maravilhosa, uma dádiva de Deus ao serviço de todos nós. Mas é também um quebra-cabeças intrincado, que nos faz o juízo em água...

Queremos a todo o custo produzir um texto que se seja o mais perfeito de que somos capazes, mas parece que o texto é, pura e simplesmente, um aluno irrequieto: nunca quer fazer como lhe mandam...e só para embirrar. Há muitas vezes que, quanto mais nos esforçamos por salientar e tornar clara uma ideia, mais ela insiste em fugir, e as palavras apagam-se-nos da cabeça mal as tentamos ordenar.

E, o que é mais, quando finalmente conseguimos engaiolar uma ideia (como a um pássaro belo) o tempo suficiente para a podermos desenvolver e escrevemos um texto completo e coerente, do qual temos as rédeas (mais ou menos) nas mãos, constatamos com frustração, numa última leitura, que, afinal, o mais importante escapou...ficam lá apenas ecos. É por isso que a mensagem da escrita é transmitida por um compasso ritmado dos espíritos do autor e do leitor, pois o verdadeiro significado de um texto só é apreendido quando sentimos ou pensamos da mesma maneira e temos uma compreensão do assunto e dessa incógnita que é a mensagem que nos permite ler ou dar uma certa profundidade com um sentido para nós próprios, uma vez que, no fim de contas, o que fica registado são apenas pistas para aquilo que de verdade se passou no espírito de quem escreveu...para o conhecimento do significado desse sublime momento de silêncio anterior à palavra, como dizia Saramago.

Por isso, para que vos possais entreter, aqui fica a minha adivinha..."

Tomás Vicente (ex-aluno)

12/07/12

Recordações do Arraial'12 - 2: A Festa!




Aqui fica a segunda parte do filme documentando o Arraial'12, com as imagens da festa propriamente dita, desde a feira de "artesanato", livros e doces até à animação nocturna. O total de fotografias tiradas durante os preparativos e durante a própria festa chegou a 200, pelo que, devido a condicionantes técnicas, não pudemos incluir todas as ditas aqui nestes dois filmes. De modo a compensar esta contingência (e tal como foi feito em relação aos registos fotográficos do Arraial'11), as fotos omissas podem ser consultadas num volume que estará disponível na biblioteca da nossa escola a partir de Setembro próximo (Rato de Biblioteca - Livro III).

Esperamos que se tenham divertido muito e apreciado a festa! Contamos convosco para a do próximo ano porque...

...uma escola não existe, faz-se e cresce connosco!

11/07/12

Recordações do Arraial'12 - 1: Os Preparativos


Aqui fica um vídeo recordando os dias de preparação para a Festa de Fim de Ano Lectivo de 2012 (ou "Arraial'12", como preferirem chamar-lhe). Lamentamos, mas não nos foi possível incluir neste filme fotografias de todos os preparativos devido a falhas técnicas, mas estas serão colmatadas em breve, quando recuperado o material omisso. 

Esperamos que gostem!

06/07/12

O Leitor Tem (Quase) Sempre Razão!


É frequente os comerciantes dizerem que "o cliente tem sempre razão". Será que, na literatura - e perdoai-me esta triste comparação -, podemos dizer que "o leitor tem sempre razão"? Bem...eu penso que isso depende muito do carácter do leitor e do teor das suas opiniões. Passo a explicar...

Quando alguém lê um livro, o efeito que a obra lida produz em nós tem muito a ver com aquilo de que nós próprios somos feitos. E porquê? Porque gostarmos ou não de um livro é como apreciar ou não um determinado quadro; depende dos nossos gostos, das nossas opiniões, da nossa percepção do mundo , da maneira como nos posicionamos perante o que nos rodeia, das nossas "inclinações/preocupações sensíveis" (é esta a expressão que encontrei para designar aquilo que nos é agradável à vista e à imaginação e que procuramos conservar no ambiente que nos rodeia), etc. Neste âmbito, penso que o leitor pode ter sempre razão, mas uma razão que não é universal (ou, pelo menos, não o é no sentido de ser adoptada por todos, mas é-o de facto quando queremos dizer que pode, universalmente, ser por todos reconhecida como válida), na medida em que faz sentido para esse leitor mas não necessariamente para (todos) os outros. E esta é uma razão que não podemos esperar impor aos outros ou instituir como padrão...é algo que se sente e não se pensa (não exactamente, no primeiro impulso) e que para cada um de nós é lógica e nos serve, esteticamente falando, como uma luva.

Mas agora há outra dimensão em que já não se pode partir deste princípio e eu, como apreciador e defensor ferrenho de algumas obras controversas ou que suscitam sempre opiniões diametralmente opostas umas das outras, tendo a preocupar-me bastante com este campo. Este é o campo da mensagem. Só o autor pode afirmar categoricamente qual é a mensagem da obra ou daquilo que escreve, seja o que for. E, ou concordamos com o autor ou é melhor pensarmos duas vezes (isto, sobretudo, no caso dos livros com uma moral vincada ou com uma certa profundidade ideológica e filosófica), e tentarmos distinguir as sensações de gosto (ou não) daquilo que o nosso intelecto racional retira de uma dita obra.

Podemos opinar sobre se concordamos ou não com a mensagem ou se está ou não explícita, mas, a menos que haja motivos evidentes para duvidar da honestidade do autor (quer partindo do conhecimento que temos da pessoa que escreveu ou de sinais óbvios evidenciados na obra), quando um autor diz ter querido trabalhar um certo grupo de valores/etc., nunca podemos dizer que NÃO o fez ou não o tentou fazer. Sobre a mensagem do seu livro ou sobre o que dele quis fazer, o autor tem o dom da palavra.

Dou disto um exemplo: eu abomino, simplesmente, Os Capitães da Areia, de Jorge Amado, que não me é agradável e não corresponde ao tipo de livro que eu aprecio enquanto obra de arte. Mas, enquanto documento de protesto político ou tese social, nunca poderei dizer que não tem valor ou que não corresponde ao que o autor defende ou diz ter tentado transmitir ao leitor. Eu apenas posso não apreciar esteticamente o resultado.

Como leitor, sei que o que penso de um livro só para mim pode ser uma verdade na sua total extensão (devido a sensações que se acoitam no "instante anterior à expressão da linguagem") e que é preciso ter cuidado ao avaliar e analisar a obra, não vá incorrer numa injustiça para com o autor.

Tomás Vicente

O Ensino visto por um aluno


Sendo eu aluno, é muito possível que vá haver que me considere pretensioso ao tecer estas considerações acerca do papel do professor na escola e na vida. Ou talvez não, porque esta é a posição (e apenas isso) de alguém que é aluno e encara os professores como mestres e que, simultaneamente, gostava de, um dia, também o ser. Na verdade, acho que não deve haver nenhuma actividade mais interessante que o ensino, que reúne todas as actividades que mais me atraem. Ensinar alguém implica saber tanto quanto possível, para tecer melhores estratégias para a transmissão de conhecimentos, o que, por sua vez, implica continuar sempre a "estudar", mesmo depois de se sair da universidade. Além disso, tudo isto está amplamente relacionado com a leitura, a escrita e, acima de tudo, a reflexão sobre a nossa matéria de ensino ou de estudo. Para se saber realmente de uma área, é preciso pensar sobre as suas questões e peculiaridades. 

Sempre fui contra aquela ideia, muito comum entre os meus colegas, de que os professores são "inimigos" e "alvos a abater". Que coisa mais ridícula. A maioria dos estudantes pensa ser para os professores como o azeite é para a água. Nonsense - esta é a avaliação mais branda que me ocorre fazer sobre esta opinião. Devemos sempre julgar as pessoas pelo que são como pessoas, não pela posição que ocupam. Um rei não é superior a um comum mortal por ser rei - pode até ser uns escroque digno apenas do desprezo. Uma pessoa é superior - se é que tal discriminação pode ser feita!, a crença na "superioridade" de uns em relação aos outros pode ter interpretações e conotações horríveis - por aquilo que é enquanto ser humano. Há que saber descobrir o melhor de cada pessoa e trazer esses pontos fortes para as luzes da ribalta...quando um ser humano mostra quão bom pode ser, é o mundo todo que fica mais rico. No man is an island - mais uma vez.

Pessoalmente, sempre achei os professores pessoas dignas de muita admiração e apreço. Quem dedica a vida a formar as gerações seguintes tem, forçosamente (quando a isso se dedica de alma e coração), de possuir uma enorme grandeza. Para mim, um professor não é só uma pessoa que, detrás da sua secretária, empina matéria e conteúdos de livros, deixando a nosso cargo o resto do trabalho e a tarefa de encontrar um sentido e o fio à meada de tudo aquilo. Para mim, um professor é alguém que nos acompanha numa estrada (que nem sempre é fácil), que é a estrada da aprendizagem, e que nos ajuda a abrir portas para novas e maravilhosas descobertas. É certo que encontramos estes mestres nas escolas, atrás de secretárias e à frente de plateias. Mas não somente aí, também fora da escola, na "estrada da vida"...há tanta gente à espera com valiosos ensinamentos para nos transmitir...

Pela minha parte, estou bem grato aos meus mestres...e são tantos! Alguns até mais novos que eu!

Tomás Vicente

04/07/12

Cartas Lusíadas - 4: Carta à Deusa Vénus


Lisboa, 25 de Maio 2012
           
              Adorada deusa Vénus

Querida Vénus,  tu que tanto te esforçaste
Para ajudar os portugueses, de tantas guerras os desviaste,
Tu, a quem ainda hoje  tanto temos que agradecer!
Tu, que a tua beleza ao mundo anunciaste,
provocaste em nós  admiração, um carinho fenomenal,
ao estudarmos na aula de português a tua historia.
Cada vez mais ficámos encantados e extasiados
Percebendo sempre que eras muito especial;

Temos a certeza de que hoje tudo seria
Mais fácil, todos os barcos agora vêm equipados
Com sistemas de navegação sofisticados
Tudo seria mais fácil, tanto para ti
Como para nós, no entanto quem nos dera ser do teu tempo,
Estar lá para te ver, a ti, ó deusa da beleza,
musa da mitologia grega!
Devias pertencer à realeza!

Tu, que a tantas raparigas fizeste inveja,
Tu, que despertas a cobiça de tantos deuses
Com a tua beleza que tanto nos encandeia,
Parecerias irreal a qualquer um menos atento
Pois é difícil imaginar uma deusa com todos
Os pormenores a que tu nos habituaste.
Mas eu quero acreditar que no meu mundo tu existes
Esta carta é simplesmente para te agradecer
Por existires nas nossas aulas de português
Porque sem ti nada seria verosímil,
tudo seria pequenez!

Tudo em ti é beleza, minha querida deusa Vénus.
                         Um eterno admirador                

Diabréu

(escrito pelos alunos André Abreu e Diamantino Cerqueira)
                          

03/07/12

Cartas Lusíadas - 3: Carta a Baco


Lisboa, 5 de maio 2012

Querido Baco,

N
 esta carta, que te escrevo com o coração, venho confessar todo o meu amor por ti. Sejas real ou mitológico, feito de carne ou de orações, no meu coração estás inscrito… O meu desejo por ti aumenta a cada momento que passa. A Cada segundo, a cada minuto, a cada hora, só penso em ti.

Estudei-te em História, e nas aulas de Português te revi. Vi Camões criticar-te e falar de ti como se o teu coração fosse imperfeito, de pedra. Mas tu apenas receavas, tinhas o medo a bater dentro de ti. Receavas perder a tua fama que tanto te custou ganhar e conquistar.

Coisas más fizeste, é verdade, e inveja sentiste. Manchaste a tua pureza mas nem por isso te esqueci. Nas minhas veias não corre sangue, mas sim todo o amor que sinto por ti… Durante a noite, nos meus sonhos, tu estavas ali, de pé, a sorrir para mim… Esfregava os olhos e via-te novamente, no entanto compreendi que era, de facto, um sonho... O mais delicado de todos os sonhos! Mas a parte mais maravilhosa foi quando tu, Baco, meu amor, vieste ter comigo! A partir desse momento eu fiquei paralisada, extasiada, não sabia o que dizer... Em seguida veio uma força, não sei de onde apareceu... mas encorajou-me, deu-me ânimo, e consegui conversar contigo. Lembras-te? Para mim, nada daquilo que seu estava a viver era virtual, mitológico... Era uma realidade, era a minha realidade que nunca irei esquecer!

Sempre contra os portugueses foste, mas o meu coração por ti sempre pulsou. Decidi procurar-te... Em qualquer parte do mundo, pois sempre acreditei que um dia pudesse acariciar a tua face. Vou continuar a fazê-lo.

 É assim, muito sentidamente, que termino esta carta, com muito amor e carinho da tua amada.


Uma portuguesa apaixonada!

(escrito pelas alunas Ana Beatriz e Nayra Richard)

02/07/12

Cartas Lusíadas - 2: Querido Vasco da Gama



Lisboa, 5 de maio 2012

Querido Vasco da Gama,

  Depois de 500 anos,
  nem imaginas o quanto és reconhecido.
  Construíram-te uma ponte,
  sobre o rio do qual partiste,
  e também um centro comercial,
  que deixa os desempregados entretidos.

 Pelos teus feitos corajosos, és hoje relembrado,
 Estás em todos os manuais de escola,
 E deixas os meninos interessados

 Nem nunca tu pensaste
 Deixar cá tanta admiração,
 Mas dobrar um cabo
 Não é trabalho para qualquer tripulação.

 Se vivesses nos nossos tempos,
 Íamos todos celebrar,
 A tua luta contra os ventos,
 E iríamos ao Mcdonald’s jantar

 Se visses como estamos agora,
 Sem a prosperidade que nos alcançaste,
 Nem sequer metade das terras
 Apenas este recanto que deixaste.

 Mas deixaste para o melhor,
 Para alcançar o teu objetivo,
 E é reconhecido o teu valor,
 Por perante o mundo o teres cumprido.

 Mais de 400 anos depois,
 A Europa largava as colónias
 Mas Oliveira Salazar
 Não quis fazer delas memórias
 Chegou ao fim da sua glória,
 Morreu da queda da cadeira,
 Um país novo surgiu,
 Que deu às colónias liberdade derradeira.

 Luís Vaz de Camões, afortunado da vida
 E eterno escritor
 Contou-nos tudo o que fizeste,
 Sem nunca te poupar glória e louvor.
  
 E agora me despeço,
 Depois de tanta explicação,
 Porque muito sinceramente,
 Estou sem imaginação.

Alexia Fiandra
(escrito pelas alunas Sofia Guterres e Rafaela Sanches)

Música, Aliada da Escrita e da Leitura


"Ah! a música! - disse, limpando os olhos. - É uma magia para além da que fazemos aqui. (...)"
J. K. Rowling, Harry Potter e a Pedra Filosofal 

Foi no passado dia 6 de Junho, aquando do recital organizado pela professora Clotilde Mota, de Português e Francês [...], durante o qual alguns alunos de uma das suas turmas do nono ano declamaram, frente a uma plateia sedenta de boa literatura, o episódio camoniano "O Adamastor" (estâncias 37-60 do Canto V d' Os Lusíadas), que desabou repentinamente sobre mim um pensamento que já vinha tomando forma no meu espírito havia algum tempo: a música e a leitura são inseparáveis. Foi também então que percebi o significado do que um amigo meu me tinha dito uns quantos meses antes: "A música responde-te sempre da mesma maneira".

Já haveis reparado que, ao ouvir uma boa música, nos parece sempre que o mundo à volta desaparece da frente dos nossos olhos ou é, subitamente, povoado de farrapos de histórias não contadas? Quando ouço uma música destas, sou sempre capaz de ver os acordes a formarem imagens, os sons flutuantes sussurrando histórias à parte mais recôndita do nosso espírito, que parece acumular bem no fundo do nosso consciente um álbum estratificado de imagens sugeridas pela música, até que essas possam brotar livremente de nós e converter-se em criatividade. Essas imagens nascidas dos sons compõem um livro paralelo. Quem sabe se a música não é o autor do melhor livro do mundo, um livro donde partem todas as histórias...bem, mas isso também é difícil de saber, porque as histórias partem de tantas fontes improváveis!

Bem, mas a verdade é que o contrário também pode acontecer. Quanto a mim, quando leio um bom livro, um daqueles que tem realmente um significado profundo no seu âmago, sinto sempre uma espécie de musicalidade, de harmonia audível produzida pela associação conexa de letras; conquanto que possa não ir para além do nível da imaginação, essa harmonia torna-se sonora e creio poder dizer que dentro de um bom  livro há sempre uma "banda sonora" em harmonia com o conteúdo. 

E visto isto, podemos interrogar-nos qual o resultado de juntar estes dois tipos de musicalidade, a das palavras e a dos instrumentos? Foi isso que a professora Clotilde fez com a estes seus alunos ao misturar o encadeamento mágico dos versos do maior poeta português com esse outro tipo de magia chamado música. O resultado, claro, só podia ter sido espectacular...afinal, a uma boa história corresponde sempre uma boa música.
Tomás Vicente

Cartas Lusíadas - 1: À Maneira de Prólogo


CARTAS A DIVINDADES MITOLÓGICAS



Dita a regra que no prólogo de qualquer livro se costuma apresentar o escritor, caracterizar a sua obra e realizar uma breve crítica ou resenha sobre o texto apresentado. Por outro lado, a escolha da pessoa que irá escrever o prólogo pode depender do próprio autor ou da sua editora, além disso, é importante ter em conta que o prólogo é sempre escrito uma vez a obra finalizada e que, quando a obra tem diversas reimpressões ou reedições, é comum contar com mais de um prólogo.

Contudo, neste caso concreto, não estamos perante nenhum livro, não temos reimpressões nem redições e consequentemente não temos que respeitar as exigências de nenhuma editora.

E esse «texto (…) com o qual se relaciona» não é mais do que algumas palavras informando todos aqueles que tiverem a curiosidade de saber o que encerra este mini, mini portefólio.

Temos três cartas, poderíamos dizer cartas onde se sente alguma manifestação amorosa, redigidas por alunos/grupos de dois alunos, 9º. Ano, Turma C, dirigidas a algumas figuras mitológicas (deus Baco e deusa Vénus) e a um navegador português, Vasco da Gama. Estas cartas, consequência da minha proposta de trabalho à turma, é fruto do comportamento e atitudes dessas personagens no desenrolar da epopeia Os Lusíadas, de Luís de Camões. O slogan «Todos iguais, todos diferentes» pode perfeitamente aplicar-se aqui. O objetivo destas cartas é o mesmo, mas o que é dito, é feito de modo diferente em função das características de cada personagem e do sentir de cada aluno/grupo de alunos.

Boas leituras e divirtam-se.

                                                                             A professora de Língua Portuguesa
                                                                                            Maria Clotilde Mota

Os Lusíadas em carta


Partindo do estudo que fizeram da obra Os Lusíadas, alguns alunos do 9º ano, orientados pela professora Clotilde Mota, sua professora de Português, reinterpretaram (consideração nossa) a mensagem contida na magistral obra do poeta luso, falecido há pouco mais de quatrocentos e trinta anos, e compuseram cartas suas, escritas de um presente actual, endereçadas aos heróis e figuras mitológicas que povoam o épico de Camões. Algumas dessas cartas são de amor, outras não; umas são em verso e as outras não são, mas todas são bem lusíadas!

Findo o ano lectivo e deixando para trás os exames e todo o bulício, a professora Clotilde facultou-nos uma selecção dos ditos trabalhos (quatro textos, ao todo). São essas cartas que iremos agora dar a conhecer sob o nome genérico de "Cartas Lusíadas", as quais serão publicadas nos próximos dias.

Esperemos que os nossos leitores gostem e que os autores destes textos se sintam assim motivados para nunca deixarem de escrever!