21/12/10

Excertos de um poema sobre D.Afonso Henriques


AFONSO HENRIQUES
I – Nascimento, Cura e Infância
O rei de Leão e Castela,
Pela mourama era afligido
Quando de fora vieram
Muitos cavaleiros
Com senha de pelejar!
Os mais jovens e fortes,
Em feitos de armas valorosos,
Eram Raimundo e Henrique,
Da casa de Borgonha enviados,
Altos senhores de estatuto e espírito,
Que cedo seu valor fizeram conhecer,
Pois mandou-os o senhor Rei
Contra os inimigos da fé combater.
E quando os mouros derrotados se acharam
E as suas garras para o Sul retiraram,
Deixando o senhor Dom Afonso
Em seu país aliviado,
Já por todo o lado se cantavam
As vitórias e virtudes,
Daqueles que cá não pertenciam.
O país quase sufocado,
Do seu auxílio havia beneficiado.
Aprouve pois ao rei do reino salvo
Tão ilustres convidados recompensar,
Pois haviam os borgonheses conquistado
Seu favor e gratidão,
Mais que todos os outros
Que naquela corte eram fidalgos.
Por isso Dom Afonso,
De Leão o sexto deste nome,
Terras lhes deu
E suas filhas lhes ofereceram!
Raimundo o condado da Galiza recebeu
E consigo levou Urraca, a primogénita,
A talvez bela filha da rainha.
Já Henrique
A vistosa Teresa arrebatou
E conde Portucalense se tornou.
Habilmente governou Dom Henrique
Aquela terra de montes e vales,
De animais bravios
E orgulhosas gentes
Que aos mouros tinham arrancado
Toda a terra que amanhavam.
Como estranho
Àquelas terras o conde chegou,
A língua das gentes desconhecia,
Mas logo se fez respeitar,
Pela bravura e destreza,
Capaz liderança e bondade,
E todos os que na região habitavam
O acharam melhor que Dom Afonso VI,
Rei de Leão e Castela,
Senhor da Galiza e de Portugal,
E para seu rei o quiseram.
Secretamente também
Desejava o Borgonhês que assim fosse,
Mas com ninguém esse desejo partilhou,
E a si mesmo falava então,
Nestes termos moderados:
» Aguarda pois, Henrique, filho de conde,
Em silenciosa espera,
Que ainda rei te tornarás! «
Não traiu assim o seu senhor,
O velho rei de Leão e Castela,
Mas espírito rebelde soube conservar,
Junto a um coração sonhador,
Ansiando a independência
Das terras que governava.
Estava o Borgonhês
Há pouco tempo em Portugal governando
Quando a sua felicidade ensombrada foi
Pela morte do seu herdeiro
Que muito novo no paço expirou.
Mas como a alegria,
Também o desgosto amaina um pouco,
Dando assim lugar
Às colheitas de um novo ano.
E assim aconteceu com Dom Henrique,
Que depois da morte do príncipe
Homem sombrio se tornou,
Pois correndo o ano do Senhor de 1109,
Nasceu naquela terra de montes e vales
E belos prados e colinas,
Afonso Henriques
Futuro conde de Portugal.
Foi grande o alívio
Que no coração de Dom Henrique
O lugar do desânimo tomou,
Ao saber o condado seguro,
Pois um herdeiro havia agora
Para o condado Portucalense,
E esperança renovada surgiu
Para quem a independência desejava.
Pois o Borgonhês
No coração do jovem iria incutir
O seu espírito rebelde.
Certa noite,
Não tendo ainda o infante nascido,
Um fidalgo do condado,
De seu nome Egas Moniz,
Ao senhor conde se dirigiu
Pedindo-lhe a mercê
De a criança poder educar,
Ao que lhe disse Henrique:
» Educa-lo-ás como a um filho,
Como a um filho o defenderás,
Como a um filho o castigarás
E entre teus filhos o criarás! «
Curvou-se então Egas Moniz
Ante o conde seu senhor,
Pois maior mercê lhe não podia ele dar,
Ainda que tolheito fosse o menino
Que depois de nascer
A seu cargo foi confiado
E contanto zelo por si defendido,
Pois no seu coração se aninhara a esperança
De que o menino a maleita espantasse
E perante o rei de Leão não se curvasse!
Assim foi o pequeno Afonso
Para a casa de Egas Moniz
Onde feliz cresceu e com amor foi criado
E abundantemente acarinhado.
Mas a deficiência a alegria ensombrava
Entristecendo os nobres rostos
Que à sua volta se juntavam.
Nesse tempo não sabiam ainda essas gentes
Que contados estavam os dias da tristeza,
Pois estando certa vez Dom Egas no leito repousando,
Lhe apareceu num lago de luz
Um bela senhora de branco trajando e luz irradiando
Uma luz azul e fria
Que os seus olhos afligia.
» Egas Moniz, dormes? «
Perguntou a majestosa figura,
Miragem ofuscantemente radiosa,
Para ele erguendo os olhos bondosos
De branda luz iluminados.
» Dormes, fidalgo de Portucale? «
E Dom Egas Moniz
No sono surpreendido
Por tão impressionante visão
Que ao descanso o arrancara
Sem fala ficou perante semelhante aparição.
» Fala, homem a Deus temente! «
Disse imperiosamente a bela ilusão,
Perguntou-lhe então o fidalgo não sabendo que dizer:
» Quem sois vós, senhora branca e reluzente,
Que meu sono iluminais? «
» Sou a Virgem e mando que vás a certo lugar
Para o menino poderes curar,
O menino que deste reino será rei.
Para isso o este trabalho terás de executar,
Mas atenta no que te digo:
Só uma vez poderás tentar
E falhar não poderás, senão a cura não virá! «
Dom Egas Moniz logo soube de quem falava a Virgem,
Pois só o filho do Conde era tolheito
E a ele era urgente curar,
Se por milagre a doença pudesse sarar
Par melhor poder governar.
Disse então Dom Egas
À Virgem alva e reluzente,
Qual estrela cadente:
» Dizei, ò Virgem do Céu, qual é o trabalho,
Pois não posso ir à guerra
Sem saber contra quem batalho,
Dizei, Senhora do Mundo, que logo será feito «
» Calma, fidalgo intrépido,
A batalha pode esperar
Até o céu clarear e a lua se ir deitar.
Mas ouve bem o meu mando, que este é:
Cavalga para norte à luz fria da manhã
E encontra um morro de negra terra,
Onde muito verde nasce a erva,
Onde cantam os pássaros seus lamentos de enfeitiçar,
Chilreios para a primavera saudar!
Encontra tal lugar e irás no bom caminho.
Leva depois lá teus servos
Para que cavem naquele verde morro até uma igrejinha encontrarem.
Fica a saber que muita terra irão revolver e que não podem desistir,
Pois debaixo dela encontrarão o que procuras,
Essa igrejinha de pedra numa,
Há muito em minha honra começada.
Aí vigília farás e no altar a o menino porás,
E de lá não sairás durante três dias e três noites.
Este é pois o meu mando,
Pois meu filho quer por esse menino destruir os inimigos da fé. «
Desapareceu então a visão,
Como se a luz pelas paredes fugisse,
Deixando o fidalgo sozinho com a noite.
Tomás Vicente (ex-aluno)


15/12/10

É Natal!

O espírito natalício já paira na nossa escola! Ora espreitem...
                            







O espírito natalício também esteve presente no Clube da Fotografia!!

"Onde te leva a Imaginação", à aluna Ana Catarina Pires Marques 7ºA

Foi também em Dezembro que assistimos, na Biblioteca, à entrega de prémios do concurso dos CTT 




09/12/10

Estamos de volta...

Estamos de volta e o Natal também!Todos estão convidados para participarem nas actividades a decorrer na nossa Biblioteca, vem escrever uma carta ou um postal para alguém especial e para enviares basta colocá-lo no marco do correio que está na BE.