05/11/11

Dia da Ciência



Ciência significa, etimologicamente, «conhecimento», daí que o termo possa ser empregue para designar qualquer ramo do saber. Na actualidade, no entanto, parece ter-se cingido, na linguagem corrente, a matérias como a Física.

Este tipo particular de ciência tem, nos dias de hoje, uma influência imensa na sociedade. É quase impossível viver um dia que seja sem que sejamos confrontados com a propaganda a novas pesquisas ou novas descobertas. Estando omnipresente na vida das pessoas, tornou-se parte da cultura de massas e, penso eu, menos ciente. É preciso vigiar atentamente o polvo, que é o maior traidor do mar, ou poderemos acabar por nos ver presos nos seus tentáculos.

Isto conduz a um outro ponto, que é a relação entre Ciência e Ética Social. Para formar uma opinião acerca de temas como a clonagem, é preciso ponderar cuidadosamente a relação entre Homem e Ciência e decidir se qual deles é o artesão e qual a ferramenta. Devemos optar, creio, por considerar a Ciência uma ferramenta e, nesse caso, conclui-se facilmente que esta só é benéfica enquanto trabalhar em prol do bem do Homem. E mexer com a essência da vida é algo a quem nem mesmo este deveria atrever-se.

Claro que é preciso apostar no desenvolvimento científico, tanto mais que este é uma mais-valia para o desenvolvimento. Mas desenvolvimento é sempre progresso e devemos ter cautela e considerar se, entre perdas e ganhos, valerá a pena. Não esqueçamos que progresso por simples progresso não é desejável, é algo pernicioso. E, se a corrida a novas descobertas se tornar uma loucura e trouxer mais problemas que aqueles que resolve, então é chegada a altura de dizer basta!

Em suma, a Ciência tanto pode ser uma vantagem como um atroz malefício. É preciso tratá-la com cautela; precisamos, talvez, de mais ciência e menos Ciência.

Tomás Vicente 

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