30/03/11

Semana da Leitura

Uma semana dedicada à leitura e a pequenas representações teatrais!
                      Reflexão acerca de uma semana especial

Os livros, a leitura e a biblioteca...são estes os gigantescos conceitos, plenos de significado, que temos a oportunidade de celebrar, não só nesta semana especial como em todos os dias da nossa vida, pois são  estes os pilares da nossa existência enquanto suportes do conhecimento, da sabedoria e, bem vistas as coisas, da alma da espécie humana. Assim, todos os louvores serão poucos e, ironicamente, nem todas as palavras de todas as línguas do mundo seriam suficientes para exprimir a sua grandeza inigualável. Ainda assim, há reflexões sobre este tema que se aproximam da genialidade, algumas das quais transcrevemos abaixo...

"Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera; esquecido, uma alma que perdoa; destruído, um coração que chora."
Provérbio Hindu

"Que outros se vangloriem das páginas que escrevem; a mim orgulham-me, as que tenho lido."
Jorge Luís Borges

"Amar a leitura é trocar horas de enfado por horas de inefável e deliciosa companhia."
John Kennedy 

"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante em que o livro fala e a alma responde."
André Maurois
   
"Lê e conduzirás, não leias e serás conduzido."
Madre Teresa de Calcutá

"A leitura faz o homem completo; o diálogo, ágil e a escrita, preciso."
Francis Bacon


Estas frases ilustram bem o encanto e o apoio que homens e mulheres de todo o mundo e de todos os tempos encontraram nos livros e na leitura; o mesmo somos nós convidados a fazer, num tempo em que as últimas gerações consideram, muitas vezes, a leitura como uma tarefa monótona e infindável, para provar que assim não é. De facto, a leitura, que tudo tem de infindável devido ao fascínio que exerce sobre quem se atreve a mergulhar nesse mar de maravilhosas descobertas que é o acto de ler, nada tem de monótona. Com efeito, através da leitura podemos alcançar - digo-o sem exagero - o Universo.

O estudo e a aquisição de conhecimentos e cultura geral faz-se com base na leitura e, apesar de muitos "profetas" terem vaticinado a morte da arte de ler e do livro como suporte físico de ideias e informação valiosas, esta arte não decaiu nem nunca decairá, a não ser que nós o queiramos, pois nem toda a tecnologia e avanços evolutivos permitiram descobrir e divulgar algo tão espantoso como o livro - note-se que, ironicamente, a ciência e a tecnologia, juntamente com os saberes que lhes estão adjacentes, só são concretizáveis se tiverem como ponto de partida a leitura e os próprios livros.


A  leitura abre-nos a porta de acesso a um mundo único que é o da imaginação. Os livros dão-nos a conhecer mundos completamente diferentes; podem até dar-nos a hipótese de vermos o nosso mundo de perspectivas novas e absolutamente extraordinários, provenientes da experiência e vida de muitas pessoas ao longo dos tempos, componente sem a qual a nossa própria vida e experiência não estaria nunca completa, daí que devamos ter o maior respeito por qualquer biblioteca, pois estas são depósitos organizados de vivências e maneiras de encarar as coisas que se foram formando ao longo dos séculos.

As bibliotecas são monumentos vivos da sabedoria dos que nos antecederam, razão pela qual estes espaços devem ser acarinhados: é neles que compartilhamos o pensamento e as divagações de outros, que nos precederam e lançaram as bases do nosso presente e futuro.


É através das páginas dos livros que cada um de nós pode falar aos outros com mais eficácia, uma vez que é muito mais fácil transmitir o que somos e sentimos, a totalidade da nossa experiência como humanos, com a ajuda da brancura convidativa das páginas de papel que dizer tudo isso directamente a alguém, pois este meio de chegar a outrem dá-nos confiança necessária para despejar as coisas sem o embaraço de uma exposição cara a cara, levando-nos, por isso, a confiar ao papel, mesmo visando o conhecimento por parte de outros, aquilo que guardamos dentro de nós como as nossas mais profundas reflexões e pensamentos, incluindo-se neste grupo uma grande quantidade de coisas que não teríamos coragem de dizer de outro modo. Por aqui vemos facilmente que o livro é um objecto detentor de um valor incalculável, quanto mais não seja pelo facto de poder conter, pelo menos no caso dos bons livros, a essência do ser que o escreveu, perpetuando assim a nossa memória, deixando-nos falar às gerações que vão surgindo, mesmo que já estejamos mortos e o tempo tenho levado o marco físico da nossa existência, comprovando assim aquela crença, perfeitamente justificada, de que a alma não morre. E, com efeito, a alma não morre; não enquanto o livro não morrer.

Tomás Vicente (ex-aluno)

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