15/03/13

Um poema

Silenciosamente por entre as Árvores
Estenderam aos dias um tapete de seda
Para que corressem céleres e discretos
Como crianças descalças nos bosques,
Que silenciosamente correm entre as árvores,
Saltitando nos pequenos pés desnudos.
Não sei quem o fez, mas foi mal feito,
Porque agora queremos agarrar
Os matreiros dias velozes,
Mas nem mesmo os ouvimos chegar,
Porque passam nesse tapete
Num silêncio de morte e perda,
Pois, em comparação, o som
De pés pisando o manto castanho
De folhas do Outono, seria
Como o trinado de um pássaro
Abafando o rastejar de uma minhoca.
Assim, os dias aprenderam a lição
E fogem rapidamente
Com os pés envoltos em algodão,
Deslizando entre as árvores do silêncio,
Deixando para trás escassos rastos etéreos

Do tempo em que adejaram pelos bosques.
Tomás Vicente (ex-aluno)

Sem comentários:

Enviar um comentário