02/06/14

Poemas - 2

O CAVALO DE TRÓIA

O cavalo de Tróia no areal branco, luzente;
o cavalo, o imponente cavalo
de Tróia!
Por trás da silhueta escura, ominosa, o mar em azul recortado,
azul como os olhos das belas troianas.
Na praia, nessa praia branca, gente, gente, gente...
Tanta gente! Vieram todos para admirar o cavalo
de Tróia!
Todos, todos, para ver o presente dos Gregos,
do honrado inimigo que parte, que parte para sempre, para longe!
Ah, mas não sabem eles...! Não sabem, não sabem...
Ah, Príamo, Príamo altíssimo, reverendo! Ah, Príamo, o archote, ó Príamo!
Toma o archote nas tuas velhas mãos,
incendeia o cavalo, deixa arder, em chamas mirando os céus,
o templo da ulisseia perfídia, deixa arder
num fogo purificador aos deuses consagrado!
Mas não, não é a tempo, já não é a tempo...
Como caixa de Pandora aberta para o Sol, o mal está feito,
os dados estão na mesa, o destino traçado, a perdição consumada...
Já não é a tempo, já não é a tempo, ó Príamo...

 Tomás Vicente (ex-aluno)

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