O CAVALO DE TRÓIA
O cavalo de Tróia no areal branco,
luzente;
o cavalo, o imponente cavalo
de Tróia!
Por trás da silhueta escura, ominosa, o
mar em azul recortado,
azul como os olhos das belas troianas.
Na praia, nessa praia branca, gente,
gente, gente...
Tanta gente! Vieram todos para admirar o
cavalo
de Tróia!
Todos, todos, para ver o presente dos
Gregos,
do honrado inimigo que parte, que parte
para sempre, para longe!
Ah, mas não sabem eles...! Não sabem,
não sabem...
Ah, Príamo, Príamo altíssimo, reverendo!
Ah, Príamo, o archote, ó Príamo!
Toma o archote nas tuas velhas mãos,
incendeia o cavalo, deixa arder, em
chamas mirando os céus,
o templo da ulisseia perfídia, deixa
arder
num fogo purificador aos deuses
consagrado!
Mas não, não é a tempo, já não é a
tempo...
Como caixa de Pandora aberta para o Sol,
o mal está feito,
os dados estão na mesa, o destino traçado,
a perdição consumada...
Já não é a tempo, já não é a tempo, ó
Príamo...
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